O comentário de Abhinavagupta sobre o śloka 4.24 da Bhagavadgītā continua com os seguintes dizeres:
(parte inicial do comentário aqui)
मितस्वरुपी – कृतमदात्मकयज्ञस्वभाव…
mitasvarupī – kṛtamadātmakayajñasvabhāva iti tadṛśaphalabhāginaḥ – ityuktam | aparimitaparipūrṇamadātmakayajñavedinas tu kathaṁ parimitaphalalavalāmpaṭyabhāgino bhaveyur iti tātparyam |
Assim foi dito: “a pessoa limitada, isto é, aquela cuja natureza é realizar um ritual para mim (o deus Kṛṣṇa), partilha de um fruto correspondente.” Como podem aqueles que reconhecem o ritual como pleno e ilimitado ter o desejo de colher frutos limitados – é isso o que se quer dizer.
ity anena ślokena vakṣyāmāṇaiś ca ślokaiḥ paramarahasyam upanibaddham tac cāsmābhir mitabuddhibhir api yathābuddhi yathāgurvāmnāyaṁ ca vivṛtam | mukhasaṁpradāyakramam antareṇa naitat nabhascitram iva cittam upārohatīti na vayam upālambhanīyāḥ | atra haviṣo ‘gneḥ karaṇānāṁ ca srugādīnāṁ kriyāyāś ca brahmaviśeṣaṇatvam iti kaiścid uktaṁ tad upekṣyam eva; – teṣām rahasyasaṁpradāyakrame ‘kṣuṇatvāt ||
Junto desse śloka, e com outros que estão sendo proclamados, explica-se o supremo segredo, o qual foi explicado por mim, ainda que tenha o intelecto limitado, de acordo com meu entendimento e com o de minha linhagem de preceptores. Fora da via da tradição oral, a compreensão não se revela e nós não podemos compreender. Nesse ponto, muitos consideram a oblação, o fogo, os instrumentos do sacrfício, tais como a concha e outros, como qualificações de brahman. Isso deve ser desconsiderado, uma vez que não possuem experiência na via da da tradição oral.
Assim se completa o comentário de Abhinava.
Curiosamente, num paradoxo semiótico, o acesso a essa interpretação nos vem pela via da tradição escrita. Continua em breve…